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domingo, 26 de setembro de 2021

Podemos ajudar - Soluções Nexialista - – Commodities, Ativos, Fazendas, Sucatas, Navio, Aluminio e Aço

Em negócios ou contabilidade, diz-se que o ativo é o conjunto de bens, créditos e direitos que compõem o patrimônio de uma pessoa ou empresa. Já o passivo representa as dívidas e obrigações dessa mesma pessoa (física ou jurídica). O patrimônio líquido de uma empresa é calculado pela diferença entre seu ativo e passivo. De modo geral, os ativos são os bens ou posses de uma pessoa que podem ser capitalizados e, ao longo do tempo, geram renda para o seu dono - ações e títulos, por exemplo. Já os passivos referem-se aos itens de posse que geram custos, de manutenção ou gasto; são, de modo geral, as dívidas e obrigatoriedades que uma pessoa tem que pagar. Contas de energia elétrica e despesas com carros de transporte, por exemplo, são passivos


Podemos considerar como ativos de uma empresa todo patrimônio que ela possui, seja de bens materiais ou direitos que podem ser transformados em dinheiro e que proporcionam ganhos. Para ser caracterizado como ativo, os bens materiais devem ser de grande durabilidade, até mais de 12 meses e possuir um valor significativo maior que um salário mínimo.

 Não podemos esquecer que os ativos são também a parte positiva do Balanço Patrimonial em que é possível identificar onde os recursos foram aplicados. Para que um bem ou direito seja apontado como ativos da empresa, é preciso ter a comprovação através de uma nota fiscal, e esta deverá constar no nome da empresa.

São classificados como ativos os bens materiais: móveis, imóveis, dinheiro em caixa, reservas de mercadorias, carros de frota, computadores, matéria-prima, entre muitas outras coisas. E ativos por direitos: direito de receber, quando por exemplo a empresa vende a prazo e o cliente se compromete a pagar conforme o combinado, sendo assim, a empresa tem o direito de receber o valor monetário.

Lembre-se o ativo de uma empresa tem que trazer algum benefício econômico, ou seja, deve contribuir com o fluxo de caixa, assim como um computador que é uma ferramenta utilizada no dia a dia de muitos empreendedores e funcionários, o uso deste deve render algum lucro para a empresa.

 

Quais são os tipos de ativos?

Agora que você já sabe o que são os ativos de uma empresa, precisa também entender quais são os tipos e suas classificações. Temos como exemplo os tipos de ativos:

 

  • Ativo Circulante: é o capital de giro, ou seja, tudo aquilo que pode ser transformado em dinheiro de forma rápida como: movimentação de dinheiro em conta, depósito bancário aplicações financeiras, matéria-prima, investimentos, dinheiro em caixa entre outros. Vale a pena dizer que só são considerados bens Ativo Circulante quando a conversão monetária é realizada até 12 meses depois da data do balanço patrimonial.

 

O Ativo Circulante é classificado em três categorias de origem dos recursos da empresa:

– Ativo Circulante Operacional: é referente às fases operacionais que são essenciais para o funcionamento da empresa.

– Ativo Circulante Líquido: está relacionado aos recursos financeiros adquiridos ao longo do exercício das atividades da empresa.

– Ativo Circulante Cíclico: corresponde a rotina da empresa e todos os recursos que também são necessários para o seu funcionamento.

 

  • Ativo não circulante: são todos aqueles materiais que contribuem para o funcionamento da empresa e que podem ser convertidos em dinheiro, mas com um prazo maior de 12 meses, como: móveis, computadores, carros, investimentos etc. Os bens só serão apresentados Ativo Não Circulante quando a conversão monetária é realizada após 12 meses da data do balanço patrimonial.

 

O Ativo Não Circulante é organizado em quatro grupos, em resumo são eles:

Realizável a longo prazo: quando os bens e os direitos da empresa serão realizados no longo prazo após o término do exercício social.

Investimentos: quando há participação de caráter societário.

Imobilizado: são os bens e os direitos tangíveis necessários para a manutenção das atividades da empresa. Ex: computadores, carros etc.

Intangível: são os bens e direitos intangíveis necessários para a manutenção das atividades da empresa. ex. Patentes, marcas, nome etc

 

Como funciona a venda de ativos?

Após a explicação do que são ativos e quais suas classificações, agora é importante entender como funciona o processo de venda. Conforme falamos anteriormente, os ativos são os bens materiais e de direitos que uma empresa tem e que deve ser de grande durabilidade e o método de venda não é difícil de entender.

Vamos imaginar que um empreendedor, dono de uma padaria adquiriu um veículo através do CNPJ para a entrega mercadorias e o veículo tem mais de 12 meses de comprado, então este é um bem ativo da empresa, porém o empreendedor sentiu a necessidade de vender, sendo assim, o veículo passa a ser considerado como uma venda de ativo. Para que essa venda seja concretizada o empreendedor precisa verificar em sua contabilidade qual o valor contábil do veículo. Vamos supor que o veículo custou R$30.000,00 e depois 3 anos está valendo R$5.000,00, o empreendedor deverá pagar 15% sobre o valor contábil (que são os R$5.000,00) e que no caso é o pagamento do Imposto de Renda.

Agora vamos imaginar que esse mesmo empreendedor, dono dessa padaria comprou este mesmo veículo em menos de 12 meses, pelo CNPJ para entregar mercadorias, porém com a finalidade de revender, desta forma, devemos considerar este veículo como venda de mercadoria e não um ativo, pois o empreendedor deseja vender o veículo com menos de 1 ano. Vamos supor que o empreendedor deseja vender este carro por R$28.000,00 então ele deverá pagar sobre esse valor a alíquota de acordo com as atividades escolhidas no regime tributário o qual a empresa se enquadra.

Essa é a diferença entre venda de ativo a venda de mercadoria e entender com funciona é fundamental para cumprir com as obrigações contábeis e evitar complicações até mesmo para o seu negócio.

Sempre é fundamental receber a orientação de um profissional da área de contabilidade para auxiliar nos processos fiscais e também com os impostos, esse é o objetivo da Talst, ajudar você empreendedor com as melhores soluções para a sua empresa.


domingo, 7 de setembro de 2014

Ilha Pura - faça sua reserva - Informações e Visita ao Local. Agendar

Ilha Pura Bairro 2, 3 e 4 quartos - Barra da Tijuca



O bairro tem área equivalente a da Península; Com localização privilegiada: entre o maciço da Pedra Branca, Lagoa e a 5 minutos da Praia da Reserva; Mobilidade: Transolímpica, Transoeste, Transcarioca e Linha 4 do metrô; Revitalização da lagoa; Certificado Leed ND – 1º da América Latina; Selo Aqua Bairros e Loteamentos; Bairro planejado com toda segurança; Associação de moradores; Mall de conveniência. O parque conta com 72.000m² pra o lazer, contemplação e integração dos condomínios; 7 lagos e 2 fontes totalizando 8.500m² de espelhos d’água; Paisagismo do parque: Burle Max; 4,5km de ciclovia e pista de cooper interligando todo o bairro, 6 quadras de tênis, 1 quadra sintética, 1 quadra poliesportiva. 1ª fase, lançamento de 3 condomínios: Millenio, Saint Michel, Viure. Unidades de 2,3, 4 quartos e double suítes, independentes e com infraestrutura de lazer própria. Todos os edifícios com fachada 100% revestida.
http://www.consultorespatrimovel.com.br/marcos-aleluia
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Implantação
Marketing

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Pré-sal ocorre desde a década de 1970 - Obstáculo ou solução ?

Pré-sal é o nome dado às reservas de hidrocarbonetos em rochas calcárias que se localizam abaixo de camadas de sal. É o óleo (petróleo) descoberto em camadas de 5 a 7 mil metros de profundidade abaixo do nível do mar. É uma camada de aproximadamente 800 quilômetros de extensão por 200 quilômetros de largura, que vai do litoral de Santa Catarina ao litoral do Espírito Santo.

A discussão sobre a existência de uma reserva petrolífera na camada pré-sal ocorre desde a década de 1970, quando geólogos da Petrobras acreditavam nesse fato, porém, não possuíam tecnologia suficiente para a realização de pesquisas mais avançadas.

Localização da camada Pré-sal
Para extrair o óleo e o gás da camada pré-sal, será necessário ultrapassar uma lâmina d’água de mais de 2.000m, uma camada de 1.000m de sedimentos e outra de aproximadamente 2.000m de sal. É um processo complexo e que demanda tempo e dinheiro.

O petróleo encontrado nessa área engloba três bacias sedimentares (Santos, Campos e Espírito Santo), e a capacidade estimada da reserva pode proporcionar ao Brasil a condição de exportador de petróleo. Confirmada a hipótese, o governo brasileiro analisará a possibilidade de solicitar a adesão do país à OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).

Vários campos e poços de petróleo e gás natural já foram descobertos na camada pré-sal, entre eles estão o Tupi, Guará, Bem-te-vi, Carioca, Júpiter e Iara. Tupi é o principal campo de petróleo descoberto, tem uma reserva estimada pela Petrobras entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo, sendo considerado uma das maiores descobertas do mundo dos últimos sete anos.

De acordo com a atual Lei do Petróleo, as áreas de exploração serão leiloadas entre diversas empresas nacionais e estrangeiras. As que derem o maior lance poderão procurar óleo por tempo determinado.

Conforme Haroldo Borges Rodrigues Lima, diretor geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), as descobertas do pré-sal irão triplicar as reservas de petróleo e gás natural do Brasil, a estimativa é que a produção alcance a marca de 50 bilhões de barris.

Segundo a Petrobras, a produção teste será iniciada em 2009, no campo de Tupi. O início da produção em larga escala está previsto para 2013 ou 2014.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia

Veja Mais:
Pré-sal - Desafios - Os obstáculos a serem superados para a exploração do petróleo na camada pré-sal.
Pré-sal - Royalties - A divisão dos royalties relacionados ao “ouro negro”.
Petróleo - A formação desta importante fonte de nergia.

Petróleo no Brasil - A trajetória desse recurso fóssil na economia brasileira.

Crise do Petróleo - O elevamento dos preços dos barris de petróleo no mercado internacional.

História do Petróleo no Brasil - Do monopólio Varguista à construção da P-50.

Guerra do Golfo - Uma guerra motivada pelo ouro negro.


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Como usar FGTS ?


Assuntos importantes para todos :


Pegunta e Resposta ?



Como utilizar o FGTS para moradia

www.fgts.gov.br/perguntas/trabalhador/pergunta46.aspCompartilhar
Para utilizar os recursos da conta vinculada do FGTS na aquisição de moradia própria o proponente deve atender aos seguintes pré-requisitos: - Contar com o ...

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Mercado de Carne - Empreendedores Brasileiros


A incrível história dos empreendedores brasileiros que ajudaram o país a conquistar a liderança mundial no mercado de carne
Por Alexa Salomão 
EXAME Vinte anos atrás, o empresário goiano José Batista Júnior ganhava a vida carregando enormes peças de carne nas costas e fazendo entregas em açougues de Brasília. Mais velho dos seis filhos de um açougueiro que vendia carne aos operários que construíram a capital, nunca freqüentou uma universidade. O único idioma que domina é o português, carregado com o sotaque típico do Centro-Oeste. Aos 44 anos, Júnior -- como é mais conhecido -- é um exemplo extraordinário da pujança de um dos ainda poucos setores nos quais o Brasil assumiu a liderança mundial. Um setor que desconhece crises e cresce a taxas chinesas. Sua empresa, a Friboi, é a quinta maior indústria de carne do mundo em volume de produção, só perdendo para multinacionais americanas, entre as quais se destacam a Tyson Foods e a Cargill. Há pelo menos uma década, o conglomerado de Júnior festeja anualmente a compra de um novo frigorífico.
O filho do homem que vendia por dia a carne de apenas cinco bois, hoje abate 10 000 diariamente nas dez unidades espalhadas pelo país. Numa conta matemática que despreza os intervalos para almoço e jantar, troca de turnos, feriados e dias santos, isso dá um animal a cada 8 segundos. Sozinha, a Friboi é responsável por 19% de toda a carne exportada pelo Brasil -- atual líder mundial desse mercado. No ano passado, suas vendas chegaram a 2,3 bilhões de reais -- faturamento superior ao alcançado por companhias como a Lojas Americanas, a Natura e a subsidiária brasileira do McDonald's. "Eu sempre soube aonde queria chegar", diz Júnior. "Ser o maior do meu estado, da região, do país. E, por que não, do mundo."
Maior do mundo
A participação brasileira no comércio mundial de carne bovina na última década (em milhares de toneladas)
1996(1)
138,6
1998
192,9
2000
320,9
2002
590,8
2003(2)
800,5
(1)O Brasil representava 7% do mercado global de carne
(2)O Brasil representa 20% do mercado global de carne

Os impérios construídos por José Batista Júnior e por outros empresários do setor -- todos empreendedores na acepção da palavra, vindos de origem humilde -- são resultado de um rápido e impressionante movimento de modernização da indústria brasileira de carne bovina. Em apenas sete anos, a participação do país no comércio mundial do produto saltou de modestos 7% para incríveis 20%. Em 2003, o aumento nas vendas internacionais dos 22 maiores frigoríficos ajudou o Brasil a ultrapassar a Austrália e os Estados Unidos na lista dos maiores exportadores. A carne brasileira chega hoje a 104 países. Faz parte da dieta de famílias chilenas e japonesas. Está presente nas mesas de redes hoteleiras, como o Hilton de Dubai, nos Emirados Árabes, no McDonald's das Filipinas, nas gôndolas das principais redes de supermercados da União Européia. Abastece as tropas americanas no Iraque e é vendida a judeus ortodoxos em Israel.
Para analistas mais conservadores, este momento extraordinário tem alguns desafios à frente. Um dos maiores é a reação esperada dos competidores globais que se recuperam de alguns contratempos. As empresas americanas vêm perdendo mercado após o registro do primeiro caso da doença da vaca louca nos Estados Unidos, em dezembro de 2003. A pecuária da Austrália, por sua vez, pena em virtude de uma forte seca que afe ta a qualidade de seu rebanho. Assim que as duas tradicionais potências do setor sacudirem a poeira, dizem os conservadores, os brasileiros tendem a perder algum espaço. Para os otimistas, porém, a liderança brasileira terá vida longa. As exportações de carne bovina renderam no ano passado 1,5 bilhão de dólares. Pelas estimativas da consultoria FNP, especializada em agronegócio, fecharão 2004 com uma receita de 2,1 bilhões de dólares e alcançarão 4,5 bilhões em 2012.
Na avaliação de José Vicente Ferraz, diretor da FNP, o Brasil vive um momento especial e duradouro nos negócios ligados à carne. Em primeiro lugar tem extensões continentais. Enquanto a área agrícola brasileira consome 40 milhões de hectares, as pastagens ocupam uma área cinco vezes maior. Além disso, possui o maior rebanho comercial do mundo -- cerca de 185 milhões de cabeças. Também alimenta os animais com capim, uma dieta natural e saudável, considerada ideal em tempos de vaca louca. O trunfo maior, porém, é justamente o nível de profissionalização atingido nos últimos anos pelos empresários do setor. "É verdade que a desgraça alheia virou boa sorte para o Brasil", diz Ferraz. "Mas essas oportunidades de nada teriam adiantado se as empresas locais não estivessem preparadas para atender aos pedidos e às exigências do mercado internacional."
Há apenas uma década, toda essa exuberância no setor de carne seria impensável. Até o Plano Real, o pecuarista brasileiro lucrava negociando terras e protegia seu patrimônio contra a inflação comprando gado e criando o rebanho ao léu. O animal era conhecido como "black do interior", numa comparação nada lisonjeira com o mercado negro de dólar. O nível de informalidade nos frigoríficos nacionais era altíssimo. Multinacionais como a inglesa Anglo e a americana Swift deixaram o Brasil por não suportar a concorrência provocada pelos abates clandestinos e pela sonegação. "A abertura para o mercado internacional mudou a cultura do setor", diz Amaryllis Romano, consultora de agronegócio da Tendências Consultoria Integrada. "Nesse cenário, só sobrevivem os grandes e os profissionais."
Os avanços conseguidos até aqui foram feitos à custa de grandes investimentos na produção, em tecnologia e aumento de escala. O rebanho brasileiro -- 65% constituídos pela raça nelore -- nunca foi visto no mercado internacional como um primor de qualidade. Até meados da década de 90, a pecuária do país usava métodos do século 18. O gado levava mais de cinco anos para ser abatido. Durante esse tempo, permanecia solto no pasto, ganhava músculos e oferecia uma carne considerada dura. Graças a novas técnicas de criação e alimentação do rebanho, aos cuidados sanitários e à seleção genética, a qualidade do produto brasileiro vem melhorando. "Houve uma revolução no setor", diz Miguel da Rocha Cavalcanti, da consultoria BeefPoint, espe cializada em agronegócio. "Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido pelo produtor brasileiro."
Hoje, nos melhores restaurantes do mundo, a carne mais apreciada pelos paladares refinados é a do gado da raça angus, criado na Europa e nos Estados Unidos. Após séculos de cruzamentos seletivos, o angus passou a oferecer uma carne macia e suculenta. Atualmente, os melhores criadores brasileiros buscam seguir o exemplo da Austrália, que, graças à tecnologia e à padronização dos rebanhos, transformou sua carne de zebu num produto de primeira linha. O grande desafio dos produtores nacionais é entrar no maior e mais disputado mercado do mundo -- os Estados Unidos, onde o consumo de carne, em números absolutos, é três vezes maior do que o brasileiro. Para isso será preciso vencer as barreiras impostas pela política de comércio exterior americana, comandada pelo secretário Robert Zoellick, que impõe restrições sanitárias ao produto brasileiro sob a alegação de existência de febre aftosa no norte do país.
As cinco maiores companhias exportadoras do setor -- Bertin, Friboi, Independência, Minerva e Marfrig, donas de 65% dos embarques brasileiros -- estão se preparando para isso. A estratégia é excelência na gestão e agressividade comercial. A Friboi, por exemplo, tem dez diretores profissionais. A área de exportação foi estruturada pelo irlandês Jeremy O'Callaghan, que havia passado pelos frigoríficos Mouran e Bordon. Agora está com o inglês James Kruden, um ex-funcionário da britânica Anglo. É ele quem faz as vezes de tradutor de Júnior durante as rodadas de negociações com clientes internacionais. "Os estrangeiros se entendem", diz Júnior. "Confiam um no outro, em mim e na minha empresa." No ano passado, a Friboi deu mais um passo no processo de profissionalização. Incorporou a seus quadros um consultor financeiro, Emílio Garofalo Filho, ex- diretor de normas do Banco Central e um dos maiores especialistas do Brasil em câmbio. "O sobe-e-desce do dólar estava prejudicando nossos resultados", diz Júnior. "Precisávamos de alguém que nos ajudasse com isso." Por sugestão de Garofalo, o Friboi contratou 20 profissionais do mercado financeiro, instalou mesas de operações e passou a fazer hedge com contratos futuros de câmbio e de boi gordo na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). "A Friboi é um paradigma", diz Félix Schouchana, diretor de mercados agrícolas da BM&F. "Incentivou outras empresas a entrar na bolsa e fez os contratos em aberto de boi gordo triplicar."
Com o incremento das operações, a cidade de Andradina, no interior de São Paulo, onde está a sede do grupo, ficou pequena para a empresa. As áreas administrativa e financeira serão transferidas em julho para a capital. Cerca de 300 funcionários vão ocupar dois prédios reformados da antiga Swift, nas proximidades da Marginal Tietê. Um grupo de 40 famílias de funcionários acompanha os acionistas na mudança. Júnior vai se instalar em Alphaville, condomínio fechado de alto padrão na região metropolitana, mas manterá a casa e o rancho no interior.
As porteiras do mercado internacional se abriram para os produtores brasileiros ao longo da década de 90. O ponto de partida foi o surto da doença da vaca louca, que tirou a Europa do mapa dos exportadores e aumentou a demanda por carne importada -- de preferência de um gado que não fosse alimentado à base de ração animal. Foi a brecha que empresas como o frigorífico Independência, da família Russo, esperavam que se abrisse. Criado em 1977 como uma fábrica de charque em Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo, o Independência hoje exporta 80% de tudo o que produz. Para atender o mercado israelense, que exige o cumprimento de um ritual religioso na hora do abate, mantém 20 rabinos registrados como funcionários numa unidade de Mato Grosso do Sul. Graças a medidas desse tipo, os Russo são hoje responsáveis por 13% de toda a carne importada por Israel. O próximo alvo do Independência é o mercado chinês, onde o consumo de carne bovina cresce 6% ao ano. Embora os chineses comam menos de 5 quilos de carne por ano no conceito per capita, os valores absolutos impressionam sempre. Com um mercado de mais de 1,3 bilhão de pessoas, a China aparece como uma espetacular fronteira de negócios para os empresários brasileiros da carne.
Recentemente, Miguel Russo, filho do fundador e diretor do Independência, percorreu o interior da China para fazer contatos com possíveis compradores. Trata-se também do próximo destino do empresário paulista Marcos Molina, dono do Marfrig, o quinto maior exportador de carne do Brasil. Aos 34 anos, Molina é visto hoje como a grande sensação do setor. Filho e neto de açougueiros, iniciou-se no negócio como distribuidor de carnes importadas, abastecendo restaurantes sofisticados como o Fasano e os hotéis da rede francesa Accor. Há quatro anos, Molina comprou seu primeiro frigorífico em Bataguassu, em Mato Grosso do Sul, e começou a exportar para a União Européia. Recentemente, criou um sistema de pagamento pelos bois baseado na qualidade do animal. Quanto mais o gado se aproximar da perfeição, mais caro ele será. Hoje sua carne é vendida em 31 países, entre eles Rússia, Inglaterra e Irã. No ano passado, o Marfrig faturou 1,1 bilhão de reais -- 35% graças às exportações.
A matemática do abate
Os números relativos ao Friboi, o maior frigorífico do Brasil
O frigorífico abate por dia 10 000 cabeças
Isso dá 1 boi a cada 8 segundos
Cada boi rende 136 quilos de carne de primeira
Isso dá 500 bifes
Ao final de um dia produzem-se 5 milhões de bifes de primeira
Por ano, isso dá 1,8 bilhão de bifes

No mercado internacional, porém, ninguém fatura tanto quanto o grupo dos irmãos Bertin, de Lins, no interior de São Paulo. "Ele é o cartão-postal das exportações brasileiras de carne", diz Marcus Vinícius Pratini de Moraes, ex-ministro da Agricultura e presidente do conselho da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne. O grupo foi fundado em 1977, por Henrique Bertin, segundo filho de João Bertin, um pequeno pecuarista. Em 1981, aos 35 anos, Henrique morreria tragicamente num acidente aéreo. A partir de então, o negócio passou a ser gerenciado por seus cinco irmãos -- Reinaldo, Natalino, João, Fernando e Silmar, conhecido como Mazinho. Juntos, eles implantaram um modelo de produção único no país. O lema do Bertin é aproveitar o máximo possível o que cada boi pode oferecer. "Os acionistas não querem vender matéria-prima barata", diz Marco Bicchieri, um dos gerentes da área de exportação do Bertin. "Tentam industrializar tudo e oferecer produtos com alto valor agregado."
A estratégia aumenta o faturamento e a rentabilidade do grupo. O Bertin tem metade do tamanho do Friboi. Abate 5 000 cabeças de gado por dia, mas fatura quase tanto quanto a empresa de José Batista Júnior. São 2,2 bilhões de reais -- 65% deles resultado das exportações. Em Lins, o Bertin fabrica 12 tipos de produtos à base de carne, como cortes nobres embalados a vácuo, hambúrgueres e extrato de carne. Uma de suas especialidades é o corned beef (tipo de carne enlatada conhecida como quitute). O Brasil fabrica 80% dos corned beefs consumidos no mundo -- e o Bertin responde por metade disso. No ano passado, o grupo processou 103 milhões de latas do produto, com 50 marcas diferentes, vendidas para 25 países. É na forma de corned beef que os brasileiros abastecem as tropas americanas no Iraque.
Para agilizar os embarques, foi instalado um terminal de contêineres na entrada da sede do Bertin. A carne processada é acomodada em gigantescas caixas de metal que seguem para o porto de Santos, onde o grupo é o quinto maior movimentador de cargas. Dali, 500 toneladas de alimentos por dia, em média, seguem para 70 países nos cinco continentes. Cortes especiais de carne, estampando a marca própria do Bertin, estão hoje nas prateleiras das maiores redes de supermercados da União Européia, como a portuguesa Sonae, a filandesa Kesko, a alemã Metro e a italiana GF.
O grupo também fornece e processa produtos para as indústrias de higiene e limpeza, comercializa couro, fabrica sapatos de segurança, latas de alumínio e brinquedos para animais de estimação. Em Lins, os Bertin são onipresentes. Empregam 8 000 pessoas, 15% da força de trabalho da cidade. São donos, também, do principal hotel da região, equipado com piscinas de águas termais. A diversificação reflete em parte o temperamento dos acionistas, acostumados a lidar com atividades paralelas. João, por exemplo, é visto como um exímio negociador de terras. Há cerca de dois meses, comprou uma das fazendas da família Marinho, das Organizações Globo. A propriedade tem cerca de 40000 hectares. No negócio -- fechado por 34 milhões de reais -- também entraram um rebanho de 24 000 cabeças de gado e um jatinho. Reinaldo, outro dos irmãos Bertin, gosta de trabalhar com o lado nobre da pecuária, a criação do chamado gado de elite, que reúne os animais mais perfeitos. É presença quase certa nos principais leilões do país, como o Elo da Raça, promovido pelo empresário mineiro Jonas Barcellos Corrêa Filho.
O Elo da Raça acontece todos os anos na Fazenda Mata Velha, localizada em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Em Mata Velha, Barcellos -- dono da Brasif, empresa que administra free shops dos aeroportos -- recebe embaixadores, políticos e empresários interessados em conhecer o lado mais glamouroso da pecuária brasileira. Hoje, o Elo da Raça está para esse setor como a Fashion Week está para o mundo da moda. Neste ano, o evento recebeu 3 000 convidados. O espetáculo inclui gelo-seco, jogo de luzes, champanhe e uísque. Na saída dos leilões, as senhoras foram presenteadas com 800 vidros do perfume Attraction, da marca francesa Lancôme.
As estrelas são as vacas da raça nelore. Olímpica, um dos animais de elite de Barcellos, é a vaca mais cara já vendida no Brasil. Há dois anos, o empresário José Carlos Di Genio, dono da rede de ensino Objetivo e da Universidade Paulista, arrematou metade do animal por 1,6 milhão de reais. O Brasil já tem cerca de 7 000 criadores de gado de elite e, segundo levantamento realizado pela DBO, publicação especializada em agronegócio, movimenta meio bilhão de reais por ano em leilões. Nesse mercado, a dose de sêmen de um touro premiado pode valer 1 000 reais, e um embrião, 200 000 reais. Os pecuaristas tradicionais, como o mineiro Orestes Prata Tibery Júnior, ainda são os maiores investidores. Bisneto de criadores, ele batizou e registrou de próprio punho seus 6 000 animais. O negócio, porém, tem atraído empresários e executivos de outros setores, como o banqueiro de investimentos Carlos Rodenburg, do Opportunity; o advogado carioca Arnoldo Wald; Pedro Grendene, sócio de uma das maiores indústrias de calçados do país; e o armador Frank Wlasek, presidente da Metalnave.
A genética de touros e vacas de elite é usada para fecundar o rebanho de corte e promover o aprimoramento da espécie -- um passo importante para um país que deseja manter a supremacia no mercado mundial da carne. O pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai, amigo do presidente Lula e um dos maiores criadores do país, com mais de 100 000 cabeças, acredita que o Brasil pode fazer do zebu uma referência se observar os bons exemplos. Bumlai quer trazer para o Brasil o sistema criado pela Aus-Meat, uma certificadora australiana. O modelo estabeleceu critérios de produção e abate a partir de 1987. De lá para cá, a Austrália aprimorou seu rebanho, formado por um tipo de zebu, o brahman, conseguiu aumentar o preço da carne exportada e se transformou em grande fornecedora de mercados como Estados Unidos e Japão. Com a profissionalização do setor e o surgimento do Brasil como potência da pecuária mundial, as grandes multinacionais da carne -- no passado afugentadas -- devem em breve retornar ao país. A aquisição ou associação com os grandes frigoríficos nacionais seria, na opinião dos consultores, a alternativa mais rápida e segura de fazer isso. Júnior, do Friboi, não descarta a possibilidade de um dia tornar-se sócio de uma das gigantes mundiais da carne. "Se paga bem, que mal tem?", pergunta ele.
Consultoria traça o mapa da nova pecuária  | 21.05.2004
Por Alexa Salomão
EXAME Frigoríficos costumam ser comparados a montadoras de automóveis só que funcionam ao contrário. Enquanto as fábricas automotivas juntam centenas de peças para formar um único veículo, a indústria de carne desmonta o boi. O animal é matéria-prima da cadeia de produção do couro e de calçados, de produtos de higiene e limpeza, como sabonetes e esmaltes, de alimentos para animais, só para citar alguns casos. Entre as duas indústrias, no entanto, existem uma importante semelhança: a necessidade de padronizar as peças. Uma roda não pode ser maior que a outra, assim como os bois devem ter tamanho, peso e formas similares.
Ainda é um grande desafio para os pecuaristas brasileiros produzir animais padronizados. Uma das práticas que vem auxiliando os criadores nesta tarefa é o confinamento local onde o gado passa um período para ganhar peso, principalmente na estação de seca. Os confinamentos garantem animais de boa qualidade o ano inteiro e, segundo levantamento realizado pela AgriPoint Consultoria, estão em processo contínuo de expansão e profissionalização no Brasil. Em pesquisa realizada no primeiro trimestre de 2003, a consultoria avaliou as 50 maiores propriedades do país e traçou o mapa desse novo tipo de pecuária.
Os principais clientes dessas áreas são justamente os frigoríficos exportadores, que precisam do animal na entressafra. As indústrias mais citadas foram Bertin (36%), Friboi (34%), Marfrig (30%), Minerva (20%) e Margen (12%). Dos confinamentos analisados, 36% afirmam ter algum tipo de acordo com frigoríficos porque fornecerem grande volume de animais durante o período de oferta mais escassa. Um dos maiores, a Fazenda Planura, com capacidade para receber 100 000 cabeças, tem como acionista o frigorífico Bertin. É um indicativo de mudanças na comercialização de animais no Brasil.
De acordo com a pesquisa, cerca de 80% dos confinamentos se concentram nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e São Paulo. Os animais permanecem, em média, 92 dias confinados. Entram pesando, aproximadamente, 350 quilos e saem com cerca de 480 quilos. A principal ração é a silagem de milho, empregada em 50% das propriedades. A silagem de sorgo e de capim, empregadas em 34% das empresas, e a cana-de-açúcar, em 30%, são outros importantes alimentos.
Os confinamentos não costumam realizar cria ou recria de animais. Mais de 70% deles são especializados em engorda compram ou recebem animais. Clique aqui para ver a lista dos maiores confinamentos do país, sua capacidade instalada e o nível de aproveitamento da estrutura no ano passado.