quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Maiores crimes financeiros do Banco do Vaticano e por quê ?

Crimes do Banco do Vaticano

editado em 19/02/2013 - Artigo parcialmente escrito (em construção)

Introdução:

Por que o Banco do Vaticano é usado para Crimes?

O objetivo é:
1- Fugir dos impostos italianos.
2- Caso o judiciário italiano suspeite de algo ilegal, as movimentações estão protegidas pelo Tratado de Latrão, visto que o Vaticano é outro país. Os bispos católicos lucram com as movimentações financeiras ilegais (juros e doações) e não tem intenção de responder ao judiciário italiano. Quando os escândalos se tornaram frequentes apenas passaram a responder o mínimo necessário, mas nada que incrimine os sacerdotes. Só gente de fora da Igreja.
3- A máfia, políticos italianos no caso Enimont, maçons da Loja ilegal P2, todos usaram o Banco do Vaticano contando com o sigilo dos sacerdotes e a imunidade diplomática de vários deles para lavagem de dinheiro.

Parte 1

Os Crimes envolvendo o Vaticano nos anos 1980

Cometidos através do Banco Ambrosiano

marcinkus

Paulius Casimir Marcinkus (1922-2006) foi um arcebispo da Igreja Católica,presidente do Banco do Vaticano de 1971 a 1989, quando ficou conhecido como “o banqueiro de Deus” [na verdade de Satã]. Em 26 de setembro de 1981, foi indicado como pro-presidente da Cidade do Vaticano, tornando-se a terceira pessoa mais poderosa desse estado (abaixo do papa e de seu secretário de Estado).
Paul Marcinkus protagonizou o maior escândalo financeiro da história do Vaticano: a quebra do Banco Ambrosiano de Milão, ocorrida em agosto de 1982, quando o banco foi declarado insolvente pelo governo italiano, após ter sido descoberto um “rombo” de cerca de US$ 1,5 bilhão. O Vaticano possuía 16% do capital do Ambrosiano.
As investigações da falência do banco trouxeram à tona entre outras operações nebulosas, pagamentos obscuros à loja maçônica P-2, e desvio de fundos para uso particular. Foram acusados formalmente Marcinkus e dois administradores do IOR, Luigi Mennini e Pellegrino Strobel.
O Vaticano deu asilo ao arcebispo Marcinkus e seus dois colaboradores, para impedir sua prisão.
O Tribunal Supremo da Itália defendeu a impossibilidade de processar o arcebispo e os dois funcionários, em virtude do Tratado de Latrão, que em seu artigo 11 prevê que “os entes centrais da Igreja Católica estão isentos de qualquer ingerência por parte do Estado italiano”.

Porém, as 2 pessoas envolvidas nos crimes junto com Marcinkus, não tiveram a proteção da Igreja do Mal e portanto tiveram que pagar caro por seus crimes: Roberto Calvi e Michele Sindona.

sindona
Michele Sindona (1920 -1986) foi um banqueiro italiano e criminoso condenado. Conhecido nos círculos bancários como “Tubarão”, Sindona era um membro da Loja Maçônica Propaganda Due, que teve relações claras com a máfia siciliana.
Sindona foi nomeado pelo Papa Paulo VI como assessor financeiro do Vaticano e membro do Conselho de Administração do Banco do Vaticano. Um levantamento do juiz italiano Ferdinando Imposimato mostra que Michele Sindona atuava desde 1957 como banqueiro para a máfia siciliana, a Cosa Nostra, e servia ao Vaticano. Sindona também esteve envolvido no assassinato do advogado Giorgio Ambrosoli em 1979 sendo condenado em 1986 à prisão perpétua como mandante do assassinato. Ele, juntamente com Roberto Calvi e o Arcepispo Paul Marcinkus utilizaram a imunidade diplomática do Banco do Vaticano para esconder o dinheiro da Máfia, da Loja Maçônica P2 e de influentes políticos italianos.

Encarcerado em uma prisão de alta segurança de Voghera, Sindona prometeu fazer revelações, mas morre misteriosamente envenenado em sua cela ingerindo café contendo cianeto.

roberto calvi
Em 1975 assumiu a presidência do Banco Ambrosiano Roberto Calvi. Calvi expandiu as aplicações do Ambrosiano; para isso criou um grande número de companhias fantasmas“off-shore” nas Bahamas e na América do Sul; assumiu o controle da Banca Cattolica del Veneto; e investiu na editora Rizzoli para financiar o jornal Corriere della Sera (Calvi tentava com isso trazer benefícios para os associados da loja maçônica P2). Calvi também envolveu o Banco do Vaticano, (Istituto per le Opere di Religione) e seus operadores, e através de Sindona se aproximou do Bispo Paul Marcinkus, o presidente do banco.Ambrosiano também forneceu fundos para partidos políticos na Itália, e para o ditador da Nicarágua Anastásio Somoza em sua oposição aos sandinistas. Há também de que também fornecia dinheiro para o partido polonês Solidariedade (tem sido amplamente alegado que o Banco do Vaticano financiou o Solidariedade).
roberto calvi2
O Vaticano gastou cerca de US$ 100 milhões, em 1983, para ressarcir os clientes do Ambrosiano, gesto que foi interpretado pela imprensa italiana como uma confissão de responsabilidade na quebra do banco.

Calvi foi estrangulado em um terreno baldio perto da ponte Frades Negros em Londres onde foi encontrado, e depois foi pendurado na ponte para simular um suicídio.

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Calvi assassinado

Entenda o que é a Loja Maçônica P2

121 nomes ligados ao Vaticano estavam filiados
Propaganda DuePropaganda Dois ou P2, era uma loja maçônica operando sob a jurisdição do Grande Oriente da Itália entre 1945 a 1976 (quando a constituição foi reformada), e uma loja pseudo-maçônica “negra” ou “encoberta” funcionando ilegalmente (em violação do artigo 18 da Constituição da Itália que proíbe associações secretas) de 1976 a 1981. Durante os anos em que a loja foi liderada por Licio Gelli, a P2 esteve implicada em inúmeros crimes e mistérios na Itália, incluindo o colapso do Banco do Vaticano - afiliado do Banco Ambrosiano, os assassinatos do jornalista Mino Pecorelli e do banqueiro Roberto Calvi, e casos de corrupção nacional no escândalo Tangentopoli.  Entre 1965 e 1981, tentou condicionar o processo político italiano através da penetração de indivíduos da sua confiança no poder judicial, no Parlamento, no exército e na imprensa e no Vaticano. A P2 foi por vezes referida como um “Estado dentro do Estado” ou um “governo sombra”. Silvio Berlusconi, que mais tarde se tornou primeiro-ministro da Itália, o pretendente da Casa de Savoia ao trono italiano, Victor Emmanuel, e os chefes dos três serviços secretos italianos fazem ou faziam parte da P2.

Em 1979 o jornalista Mino Pecorelli revelou que 121 nomes ligados ao Vaticano eram filiados a loja P2. Entre eles Marcinkus, Donato De Bonis, o secretário de Estado Jean Villot, o ministro das relações exteriores Agostinho Casaroli, o cardeal Ugo Poletti.

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assassinado vaticano pecorelli

          Pecorelli em vida e em morte

O jornalista foi assassinado após revelar os nomes do Vaticano ligados a Loja Secreta P2. O Senador vitalício, Giulio Andreotti foi condenado em 2002 pela morte do jornalista. Veja a reportagem da Folha de São Paulo.

O provável assassinato do Papa João Paulo I

papa JP I

Com o passar dos anos, certos eventos foram naturalmente ligados. O jornalista David Yallop defendeu no seu livro EM NOME DE DEUS, que Calvi com a ajuda da P2, foi responsável pela morte de Albino Luciani, o Papa João Paulo I, pois este planejava uma reforma nas finanças do Vaticano e afastar sacerdotes ligados a Maçonaria. Lucian Gregoire defendeu o mesmo sem seu livro ASSASSINATO NO VATICANO. A evidência estaria na morte do patriarca ortodoxo russo Nikodim que morreu repentinamente de um ataque cardíaco depois de beber uma xícara de café durante uma audiência com João Paulo I. Isso ocorreu em 5 de setembro de 1978. A xícara de café envenenado era para João Paulo I, mas foi servido para a pessoa errada. João Paulo I veio a falecer em 28 de setembro. Mas não houve prova química de envenenamento.

O Assassinato de Emanuela Orlandi (de 15 anos)

assassinado vaticano emanuela
Emanuela desapareceu em circunstâncias misteriosas com a idade de 15 anos. Isso poderia parecer à primeira vista um desaparecimento “normal” de uma adolescente, mas logo se tornou um dos casos mais obscuros da história italiana que envolvem o Estado do Vaticano, o Estado Italiano e a Mafia da Banda Della Magliana e seu líder Enrico De Pedis. Em junho de 2008, Sabrina Minardi, testemunha no julgamento contra a Banda della Magliana e ex-namorada do líder da gangue, Enrico De Pedis, afirmou que Emanuela Orlandi teria sido sequestrada, e em seguida, morta e jogada em um misturador de cimento em Torvaianica, pela organização criminosa de De Pedis. De Pedis, que possuia contatos com o arcebispo Paul Marcinkus através de Roberto Calvi (já que a Magliana injetava dinheiro no banco controlado pelo Vaticano) teria dito a ela que o sequestro foi uma ordem de Marcinkus, que queria enviar uma “mensagem para alguém acima deles”. Segundo Sabrina, o pai da jovem Emanuela “teria visto documentos que não devia ter visto”, sendo necessário mantê-lo caladoA publicação do depoimento Sabrina Minardi provocou protestos do Vaticano. 
Em maio de 2012, o padre Gabriele Amorth afirmou que ela foi raptada por um membro da polícia do Vaticano para orgias sexuais, e então assassinada.

A Ordem das Mortes

05 de setembro de 1978 patriarca ortodoxo russo Nikodim em visita ao Vaticano
28 de setembro de 1978 – Papa João Paulo I
20 de março de 1979 – Jornalista Pecorelli
17 de junho de 1982 – Banqueiro Roberto Calvi
22 de junho de 1983 – Adolescente Emanuela Orlandi

Parte 2

Os Crimes envolvendo o Vaticano nos anos 1990

Operação Mãos Limpas e a Queda da Primeira República na Itália
Operação Mãos Limpas ou Mani pulite foi uma investigação judicial de grande envergadura em Itália que visava esclarecer casos de corrupção durante a década de 1990, na sequência do escândalo do Banco Ambrosiano em 1982, que implicava a Mafia, o Banco do Vaticano e a loja maçónica P2.
Durante a campanha da operação Mãos Limpas, 2.993 mandados de prisão haviam sido expedidos; 6.059 pessoas estavam sob investigação, incluindo 872 empresários, 1.978 administradores locais e 438 parlamentares, dos quais quatro haviam sido primeiros-ministros.
A Operação Mãos Limpas levou ao fim da chamada Primeira República Italiana e ao desaparecimento de muitos partidos políticos. A divisão em primeira e segunda república é feita principalmente pelos jornais italianos, mas a nomenclatura não é considerada correta por muitos historiadores.  O principal partido da nação, fundado desde 1942,  A DEMOCRACIA CRISTàdeixou de existir depois da Operação Mãos Limpas. Alguns políticos e industriais cometeram suicídio quando os seus crimes foram descobertos.

O máfia se vingou e assassinou o advogado PAOLO BORSELINO e o juiz Giovanni Falcone.

Conhecendo as novas figuras criminosas dos anos 1990

Poletti

O cardeal Ugo Poletti (foto acima) foi que autorizou em 1991 que o criminoso Enrico de Pedis da Mafia da Banda Della Magliana fosse enterrado dentro de uma basílica católica. A mafioso pagou R$ 1,245 milhão a Igreja. Veja a reportagem do Jornal O Globo. O procurador Giancarlo Capaldo afirmou que os altos funcionários do Vaticano sabiam muito mais do que revelavam sobre as ligações do mafioso com a Santa Sé e sobre o suposto sequestro e assassinato de Emanuela Orlandi, filha de 15 anos de um funcionário do Vaticano, em 1983.

— Há pessoas que ainda estão vivas, e ainda estão dentro do Vaticano, que sabem a verdade — afirmou Capaldo.

Alguns acreditam que o pai de Emanuela tinha provas ligando o Banco do Vaticano ao crime organizado, e que ela foi pega para mantê-lo em silêncio. A teoria é de que De Pedis, que foi morto a tiros em 1990, organizou o sequestro.

Donato De Bonis: O Cardeal que organizou todos os crimes no começo dos anos 90

De Bonis

Donato De Bonis (foto acima), era um cardeal ligado a Comissão para Vigilância do Banco do Vaticano. De Bonis construiu uma rede subterrânea financeira, composta por não-existentes instituições de caridade (“Fundação para as crianças pobres”“Luta contra a leucemia”) relacionadas com a gestão das relações com políticos democratas incluindo Giulio Andreotti. Segundo Caloia, (presidente do conselho do Banco do Vaticano), o depósito pago em 1987 a inexistente Fundação Cardeal Francis Spellman foi uma conta secreta de Giulio Andreotti (conta 001-3-14774-C ). Entre 1989 e 1993 , De Bonis continua a operar em contas bancárias secretas, manipulação de um total de cerca de 310 bilhões de libras.

A Lavagem de Dinheiro da ENIMONT por Donato De Bonis

ENIMONT foi uma importante empresa italiana, fruto da fusão de uma empresa pública (representado por EniChem, uma subsidiária da Eni) e privado (representado por Montedison ). Durou apenas de 1988 a 1991. Milhões de Euros ligados ao grupo ENIMONT foram utilizados para financiar partidos políticos de forma ilegal. O dinheiro era depositado em várias contas criptografadas com codinomes no Banco do Vaticano. Parcelas eram remetidas para contas particulares ou para bancos no exterior. Durante o ano de 1993 seguiram adiante as investigações que levariam a entender como Donato De Bonis utilizava o Banco do Vaticano  para lavar o dinheiro do grupo ENIMONT e usar para financiar partidos políticos e contas particulares de forma ilegal.

O escândalo levou muitos para a cadeia, exceto os sacerdotes católicos pois o Tratado de Latrão, que em seu artigo 11 prevê que ”os entes centrais da Igreja Católica estão isentos de qualquer ingerência por parte do Estado italiano”.

1995: Banco do Vaticano é usado para lavar 100 milhões de dólares

Após os crimes dos anos 1980 ligados a falência do Banco Ambrosiano e a defesa de João Paulo II do criminoso bispo Paul Marcinkus e após a lavagem de dinheiro da empresa ENIMONT no começo dos anos 1990, surge outro escândalo. Em 1995 o Banco do Vaticano foi usado para lavar 100 milhões de dólares no que se tornou conhecido como investigação “cheque a cheque”. Em novembro de 1995 promotores italianos pediram permissão a Espanha para investigar o Cardeal Carles, (arcebispo de Barcelona) protegido da OPUS DEI e amigo íntimo do Papa. Eles queriam investigar se a conta estava no nome dele ou era controlada por ele e se o cardeal havia garantido que os 100 milhões passassem pelo Banco. O dinheiro era destinado a um negociante suíço como parte de operações de comércio ilícito de armas, pedras preciosas e material radioativo. Foram emitidos mandados de prisão para 36 pessoas e outras 31 foram avisadas que estavam sob investigação.

O Cardeal Carles se recusou a atender as intimações italianas e todas as solicitações de interrogatórios que se seguiram. Em junho de 1996 veio a tona na Itália outra investigação com 20 pessoas sendo presas. João Paulo II buscando impedir a prisão de Carles o nomeou ao Conselho de governo para assuntos econômicos da Santa Sé. Sob os termos do Tratado de Latrão, os cardeais são imunes a prisão. Finalmente o promotor Ormanni foi obrigado a abandonar a investigação.

Fonte: David Yallop. O Poder e a Glória página 477.

Banco do Vaticano contrata uma auditoria suspeita

Em 1995 e 1996 o Vaticano contratou a Price Waterhouse para fazer a auditoria no Banco. Nos anos 1980 a Price Waterhouse era uma das 8 maiores do mundo. Mas então os escândalos começaram: Em 1986 ela assumiu a auditoria do Bank of Credit and Commerce International (BCCI) que quebrou em 1991. Uma investigação do senado americano constatou que ela falhou miseravelmente e os credores processaram a Price em 11 bilhões de dólares, terminando com um acordo fora dos tribunais.
Por volta de 1995 a Price também estava sendo processada pela Montedison pela falha em proporcionar o controle da contabilidade da empresa entre 1983 e 1992. Na mesma época a Ferruzzi também moveu um processo por causa de desvios de 261 milhões para as Ilhas Virgens Britânicas. Em 1992 os contadores do Banesto da Espanha também descobriram um buraco de 5,1 bilhões de dólares, mascarados pela Price Waterhouse. Em 1994 foi processada mais uma vez por negligência por uma associação de pequenos acionistas. Enquanto isso a Máfia, sob o nariz da Price continuava lavando o dinheiro das drogas através do Banco do Vaticano e os ricos italianos continuavam a usá-lo para evasão de impostos e para esconder lucros ilegais. Fonte: David Yallop, O Poder e a Glória páginas 472-475.

Vaticano recebe uma herança de 1,5 trilhão de liras

gerini

Em 1990 morreu o trilionário (em liras) Marquês Alessandro Gerini. Apelidado de Construtor de Deus, solteiro e sem filhos, deixou uma herança de 1,5 trilhão de liras para o Instituto Marchesi Teresa, Gerino e Lippo Gerini, fundado em 1963 e gerenciado pelos salesianos. Na prática toda a herança vai para a Fundação Dom Bosco e os cofres do Vaticano. Entre os bens estão 750 hectares de terra em Roma, contas bancárias, pinturas, jóias, mobílias.

Mas 4 sobrinhos mostraram-se determinados a reverter a doação. Primeiro processaram os diretores da fundação, acusando de manipulação de incapaz. Em 8 de junho de 2007, exatamente 17 anos após a abertura da vontade do Marquês Gerini foi assinado o acordo no civil para fechar qualquer disputa: a Fundação pagou 16 milhões de euros para os herdeiros. Porém conforme a agência de notícias salesiana ainda existe no judiciário italiano um processo penal correndo sobre o caso.

Veja aqui notícia de 29/11/2012 sobre a disputa judicial em reportagem do Jornal espanhol EL CORREO.

O Banco do Vaticano roubado por um Padre

(que não foi pra cadeia, pois eles estão acima da lei na maioria dos casos)

O padre Domenico Izzi, um italiano naturalizado argentino, fundou o movimento LUMEN CHRISTI. Chegou no Vaticano em 1991 pedindo um empréstimo de 6,1 milhões de dólares para desenvolver uma atividade de exportação de produtos zootécnicos na Argentina, serviços de transporte por meio de helicópteros do aeroporto de Buenos Aires e a organização de uma loteria nacional. Totalmente ilegal, pois o Banco do Vaticano só deveria tratar de obras de caridade! Os empréstimos são concedidos pelo diretor Andrea Gibellini. Depositados em conta em 24 horas. Para pagar com a carência de 12 a 24 meses, ou seja, de junho de 1992 a 1993. Para ganhar tempo a LUMEN CHRISTI dá em penhora 76% da imobiliária Orprela Fin Srl, dona de 2 apartamentos em Roma. Tudo mentira: descobre-se depois que os apartamentos estão sob hipoteca com prestações vencidas a pagar. A dívida chega a 8,2 milhões em 30 de junho de 1995. O Vaticano pede explicações a Conferência de Bispos da Argentina que responde:

“O Cardeal e os bispos da comissão… do episcopado argentino se perguntam como foi possível emprestar uma soma tão grande de dinheiro a um sacerdote sem garantias, ou pelo menos sem o conhecimento de sua missão”.

Domenico Izzi desaparece. No ano 2000 trabalha para o Jubileu e desenvolve um centro estudos filosóficos para estudantes sul americanos em Roma. Em 2004 ganha o prêmio ”Itália no Mundo”. A dívida com o Banco do Vaticano? Ninguém sabe mais de nada.

O Golpe do Financista Frankel e do Padre Colagiovanni

frankel
Frankel
emilio
Padre Colagiovanni

Essa história resultou em condenações. Principalmente porque se desenrolou nos Estados Unidos, um país ainda não completamente vendido ao Vaticano.

O Golpe: Martin Frankel primeiro criou a fundação Saint Francis of Assisi Foundation com a mentira de ajudar os pobres. Mas através dela, ele convence 7 companhias de seguro nos Estados Unidos a confiar seus capitais a Liberty National Security, sua sociedade de investimentos (o dinheiro ele gastava com mulheres e luxo).

Para que o golpe desse certo entrou em cena o Monsenhor Emilio Colagiovanni que mentiu dizendo que a Fundação era financiada diretamente pelo Vaticano. Em troca receberia 5 milhões de dólares. Tudo falso, mas dá uma respeitabilidade de que os compromissos serão quitados. Colagiovanni é diretor da Revista de Direito do Vaticano, a Monitor Ecclesiasticus. Quando a farsa é descoberta em 1999, Frankel foge para a Itália com maletas de dinheiro e 547 diamantes. Em 2001 é detido e extraditado para os EUA. Em 2004 o monsenhor é condenado a pagar uma multa de 15 mil dólares e a 5 anos de liberdade condicional. Já Frankel que não é padre, obviamente leva 16 anos e meio de prisão.

Em 2002, 5  estados americanos entram com ação de ressarcimento de danos contra o Vaticano alegando prejuízos de 200 milhões de dólares. Em 2006 o Vaticano consegue se livrar da condenação, jogando toda a culpa no Monsenhor Colagiovanni. Mas saiu com a imagem arranhada.

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Novo Assassinato no Vaticano

E um novo Mistério na casa do anticristo
assassinados no vaticano
Cedric Tornay, Gladys Meza (Estermann) e 
Alois Estermann

6 de maio de 1998: Foram mortos dentro do Vaticano por uma arma de fogo o comandante da guarda suíça Alois Estermann, a mulher Gladys Meza Romero e o sargento Cedric Tornay. Segundo a versão oficial e provavelmente mentirosa, o sargento matou o casal por rivalidade profissional e depois se suicidou. Essa versão foi dada como mentirosa em várias reconstituições do crime, a começar por John Follain em Cidade dos Segredos, publicado pela HarperCollins em 2003.

De acordo com o livro L’agente secreto du Vaticano (2004), do jornalista Victor Guitard, Markus Wolf , ex-n º 2 da polícia secreta da Alemanha Oriental (Stasi), declarou que Estermann tinha sido um agente da Stasi desde 1979. Segundo o livro Poteri Forti de Ferruccio Pinotti, Estermann viajou várias vezes para a Polônia para coordenar a chegada de material desconhecido da Escandinávia para apoiar a organização anti-comunista Solidariedade da Polônia.

Já para o livro Delitto no Vaticano de Fabio Croce (1999), os três foram assassinados por um assassino do Vaticano, devido ao conhecimento profundo de Estermann sobre o tráfico no Vaticano.

O texto Bugie di sangue no Vaticano (1999), escrito por “um grupo de eclesiásticos do Vaticano que não pode ficar em silêncio diante  da verdade oficial contada pelo Vaticano”, sustenta a hipótese de que Estermann era guarda pessoal do Papa, e que ele foi morto no curso de uma luta entre o Opus Dei e partes maçônicas dentro da hierarquia do Vaticano, que queriam anexar o guarda suíço.

O jornalista britânico John Follain, realizou extensas entrevistas com testemunhas-chave dos assassinatos antes de escrever seu livro, Cidade dos Segredos: A verdade por trás dos assassinatos no Vaticano (2006). Follain rejeita especulação de que Estermann, sua esposa, e Tornay foram assassinados fora do quarto ou que Estermann era um espião para a ex- Alemanha Oriental. Follain indicou que Cédric Tornay, de fato, matou seu comandante e sua esposa antes de virar a arma contra si mesmo. Seriam vários os motivos: Tornay achava o funcionamento da Guarda Suíça arcaico, e ressentiu-se da predominância de suíços e alemães. Também teve um caso gay com Alois Estermann. A relação se deteriorou quando Tornay percebeu que Estermann o havia traído com outro guarda. As  ligações  de Estermann com o Opus Dei e sua recusa definitiva de concessão da medalha Benemeriti também ajudaram Tornay na decisão de matar Estermann.

Livro de John Follain no Brasil:
segredos do vaticano

Incrível como essas histórias não chegam no Brasil não é verdade? Alguém sabe a resposta? A Bíblia dá a resposta!

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PARTE 3

LAVAGEM DE DINHEIRO NOS ANOS 2000: NOVOS ESCÂNDALOS

  OS PECADOS DO PAPADO NÃO TEM FIM. (em pesquisa)

Administração TEDESCHI
Em 2010, novo escândalo. A Justiça italiana ordenou a apreensão de € 23 milhões do Banco do Vaticano. Agentes da polícia tributária providenciaram o sequestro preventivo dessa quantia depositada numa conta do banco Credito Artigiano, por ordem de um tribunal de Roma que investigava a omissão por parte do IOR de dados obrigatórios quanto à identidade das pessoas efetuando transações financeiras
A suspeita na época era de que o IOR recebesse depósitos de importantes somas de procedência duvidosa, na gestão de Ettore Gotti Tedeschi, demitido em 2012 por má administração. Fonte: Folha de São Paulo 16/02/2013.

Parte 4

Reportagem da Revista Veja de dezembro de 2012: – Vaticano controla os Partidos Italianos (tentando destruir de vez a separação entre Igreja e Estado)

jornalista gianluigi nuzzi
O jornalista Gianluigi Nuzzi (foto acima) ocupa-se da política interna do Vaticano desde 2008 e foi o responsável pelas denúncias que desencadearam o escândalo que ficou conhecido como VatiLeaks, o vazamento de documentos secretos da Santa Sé. O resultado de suas investigações e entrevistas sobre o assunto foi o livro Sua Santitá (Sua Santidade, em português), que chegou às livrarias brasileiras no mês passado. No Vaticano, o caso culminou com a prisão do mordomo do papa, Paolo Gabriele, uma das fontes do jornalista.
Em entrevista ao site de VEJA, Nuzzi disse que é impensável chegar ao poder na Itália sem boas relações com a Igreja Católica. “O Vaticano controla transversalmente todos os partidos italianos. Nenhuma nomeação, por exemplo, na Rai, a TV do estado, é possível sem o consenso do Vaticano. Imagine que com a publicação do meu livro eu recebi pedidos de entrevista do mundo todo, mas nenhuma do canal nacional”, afirma.
Para o jornalista, a Itália e o Vaticano “tem uma história compartilhada no presente como tinha no passado”. “O atual governo, do premiê (Mário) Monti, tem um pacto de aço com o Vaticano”. Segundo o escritor, a influência hoje se dá de diferentes maneiras, desde o apoio tácito da Igreja em troca de um afrouxamento de impostos, até sugestões sobre como o governo deveria lidar com políticas sociais, como a eutanásia e o casamento.

(Conheça o Projeto da Marca da Besta feito pelo Vaticano = agenda de políticas sociais)

O livro traz vários relatos do período da transição do governo de Silvio Berlusconi para o do tecnocrata Mario Monti. Há um capítulo dedicado somente a essa dita influência da Igreja Católica sobre o estado italiano, intitulado ‘A sagrada influência na Itália’. Nele, Nuzzi relata um encontro entre o presidente Giorgio Napolitano e o papa Bento XVI, e afirma que , no encontro, o pontífice teria dado diretrizes de como lidar com temas como eutanásia e política familiar. O papa também teria insinuado que Napolitano deveria conversar com dois funcionários do governo que se mostraram contrários a um programa político que evita qualquer equivalência entre a “família fundada sobre o matrimônio e outros tipos de uniões”. “Recorde-se, porém, que a persuasão moral do Vaticano é sutil, ela fornece apenas algumas palavras. Talvez um leve aceno para deixar adivinhar relevância, atualidade e sobretudo sensibilidade especial à Igreja para um assunto particular”, diz um trecho do livro.
Impostos - Nuzzi fala ainda da questão da isenção do pagamento do imposto sobre a propriedade que a Itália havia acordado com a Igreja. O privilégio era aplicado a imóveis que não são usados para fins religiosos. Ou seja, hospitais, escolas e faculdades que não pagavam impostos se tivessem em seu interior um ‘espaço para oração’. Em 2010, quatro anos depois de receber a denúncia sobre o caso, a Comunidade Europeia abriu um processo por infração contra a Itália, acusada, nas palavras de Nuzzi, “de uma ajuda de estado à Igreja Católica não prevista nem aceitável”. “É uma bomba-relógio para o estado italiano”, diz o livro. “Se chegasse uma condenação de Bruxelas por violação de concorrência e ajudas ilegais de estado, os privilégios do passado precisariam ser sanados”.
A quantia a receber em impostos atrasados poderia chegar a dois bilhões de euros por ano. Em uma visão laica, seria a ocasião para recuperar enormes quantias e trazer dinheiro para os cofres de um país que está no vermelho. Mas, considerando o peso do eleitorado católico, diz Nuzzi no livro, era necessário encontrar “uma via que evite danos à Itália e à Igreja”. A solução encontrada pelo Parlamento italiano foi mudar a legislação, criando um novo padrão que define uma categoria para edifícios religiosos. Assim, é possível declarar se um edifício religioso é comercial ou não.
Porém, a ideia veio tarde demais, no momento em que o então primeiro-ministro Silvio Berlusconi era obrigado a renunciar, em meio à turbulência financeira na Itália no final de 2011. Em seu lugar, entrou o tecnocrata Mario Monti, que anunciou o início da cobrança do imposto sobre as propriedades da Igreja. Com a entrada em vigor da medida, os locais de culto continuam livres do pagamento de impostos, mas a atividade comercial dos eclesiásticos é equiparada à de qualquer empreendimento laico. A decisão foi imediatamente aplaudida pela UE, que a descreveu como “um progresso sensível”. Na avaliação de Nuzzi, a solução do governo Monti “garante o ‘gerenciamento’ da questão de um modo equilibrado e fecha um caso que poderia fazer descarrilar qualquer executivo. Pelo menos na Itália”.
No livro, o jornalista afirma que o Vaticano contribuiu na formação do governo técnico de Monti, fazendo chegar ao primeiro-ministro indicações e recomendações. E a cúpula da Igreja trabalhou para garantir uma transição favorável do poder após a queda de Berlusconi. Monti “não tem nenhuma relação especial no Vaticano”, mas sempre pode contar com a ajuda do subsecretário Federico Toniato para encontrar o cardeal Tarcisio Bertone, número 2 do Vaticano, e falar com ele “sem filtros ou intermediários”.
Julgamento – As revelações citadas no livro provocaram um turbilhão na Itália. Uma investigação mostrou que o próprio mordomo do papa era um dos colaboradores de Nuzzi, e ele acabou condenado a um ano e meio de prisão pelo furto de documentos sigilosos que pertenciam ao pontífice. O escritor vê problemas no julgamento. “O processo não tinha como objetivo determinar a verdade, somente chegar a uma condenação para encerrar o caso”.
Fonte: Revista Veja  (22/12/2012)

Reportagem do Jornal The Guardian

traduzido pela Folha de são Paulo em 23/01/2013

Vaticano é dono oculto de imóveis caros em Londres

Poucos turistas em visita a Londres imaginariam que as instalações da refinada joalheria Bulgari em New Bond Street têm qualquer conexão com o papa. O mesmo vale para a sede do próspero banco de investimento Altium Capital, na esquina de St. James’ Square e Pall Mall.
Mas esses edifícios de escritórios em um dos bairros mais caros de Londres são parte de um surpreendente império secreto de imóveis comerciais do Vaticano.
Por trás de uma estrutura disfarçada por companhias de paraísos fiscais, a carteira internacional de imóveis da igreja foi expandida ao longo dos anos, com o uso de dinheiro pago originalmente por Mussolini em troca do reconhecimento do regime fascista pelo papa, em 1929.
Desde então, o valor internacional desse patrimônio criado com a ajuda de Mussolini vem crescendo até atingir os 500 milhões de libras.
Em 2006, no auge da mais recente bolha imobiliária, o Vaticano investiu 15 milhões de libras desse dinheiro para adquirir o imóvel do nº 30, St. James’ Square. Outros imóveis britânicos controlados pela igreja ficam em 168 New Bond Street e na cidade de Coventry. O Vaticano também controla edifícios de apartamentos em Paris e na Suíça.
O aspecto surpreendente da história, para alguns, será o esforço do Vaticano para preservar o sigilo sobre os milhões de Mussolini. O edifício da St. James’ Square foi adquirido por uma empresa chamada British Grolux Investment, que detém outros imóveis no Reino Unido.
O registro de empresas britânico não revela os verdadeiros proprietários da empresa e não menciona o Vaticano.
Menciona dois acionistas nominais, ambos proeminentes executivos bancários católicos: John Varley, que até recentemente presidia o Barclays Bank, e Robin Herbert, ex-executivo do banco de investimento Leopold Joseph.
O “Guardian” enviou cartas a ambos perguntando a quem eles representavam, mas não recebeu respostas. A lei britânica permite que os verdadeiros proprietários de uma empresa sejam protegidos por sócios nominais.
BANQUEIRO
Os investimentos com o dinheiro de Mussolini no Reino Unido são controlados hoje, em companhia de outras propriedades europeias e de uma subsidiária de câmbio, por um funcionário do Vaticano em Roma, Paolo Mennini, que opera como banqueiro de investimento do papa.
Mennini comanda uma divisão especial do Vaticano, a divisão extraordinária da Amministrazione del Patrimonio della Sede Apostolica, que administra o chamado “patrimônio da Santa Sé”.
De acordo com um relatório do Conselho da Europa no ano passado, que investigou os controles financeiros do Vaticano, os ativos controlados pela divisão de Mennini superam € 680 milhões.
Embora o sigilo quanto à origem fascista da riqueza papal pudesse ser compreensível durante a guerra, o que fica menos claro é o motivo para que o Vaticano tenha continuado a guardar segredo sobre suas propriedades em Londres mesmo depois que sua estrutura financeira foi reorganizada, em 1999.
O “Guardian” perguntou ao representante do Vaticano em Londres, o núncio apostólico Antonio Mennini, por que o papado continuava a manter tanto segredo sobre seus investimentos imobiliários na cidade. Também perguntou em que o papa gastava a receita gerada por eles.
Confirmando sua tradição de silêncio sobre o tema, um porta-voz da Igreja Católica afirmou que o núncio nada tinha a declarar.
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banco do vaticano anticristo
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ENTREVISTA DE 20/03/2013 com o diretor financeiro do Banco do Vaticano com referências aos crimes cometidos no passado

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